É preciso esperar nove meses até a chuva do caju. Esse tempo é a gestação do cerrado, mas diferente do humano, a fecundação dessa fruta parece ocorrer apenas dois meses antes dela nascer. No meio da seca de setembro, quando o mato está amarelo e o fogo parece poder surgir até de uma gota d'água, ocorre uma chuva. Ela vem bem fina e leve, só para enganar quem tem esperança de que neste ano o tempo será mais amável. É uma chuva mentirosa e oportunista, ela só quer ser o esperma que faz a terra germinar. Ou pode ser também, apenas, uma ducha de água fria para despertar o caju de uma ressaca natalina que durou até um pouco depois do dia dos pais.
Passada a chuva e a seca ainda no auge, por que eu não subiria em um pé de caju? Quem em sã consiência não iria querer subir em um cajueiro caso o destino lhe permitisse encontrar um. Eu tive essa oportunidade, vi um pé de caju. Ou pelo menos avistaram um pra mim, já que sou meio cego. Com todo o machismo e músculos flácidos que Deus me deu, pendurei-me uma primeira vez no cajueiro. Mas ele não é fácil. Depois de nove meses gerando ou esperando uma chuva fecundadora a dita planta não permitiria qualquer um catar sua cria. Um cajueiro tem mecanismos de defesa. Ao me encangar no primeiro galho e me achar o Tarzan do sertão ela se desfez de mim em poucos intantes. A casca se desfez e afogou meus olhos de um pó wur objetiva cegar os inimigos.
Não me dei por vencido. Cheio de testosterona e pose de macho para as mulheres próximas, estufei o peito e puxei um galho da planta para baixo. Ela estava vencida. Eu era o macho dominante sobre todas as coisas. Engano meu, um cajueiro é um sobrevivente, enquanto tudo derrete em volta ele continua e ainda gera vida. Propositalmente a planta abandonou aquele pedaço de galho, o deixou se romper e eu me espatifei. Não há outra palavra. Espatifar é o verbo correto para o que ocorreu comigo naquela tarde. O tompo não fez um simples "poc". Foi mais que um "timbu", por isso eu me espatifei e o pé de caju riu de mim. Se não ele, pelo menos as meninas que estavam próximas caíram na gargalhada. Ferido e humilhado, fiquei no chão por alguns minutos sentindo todas as dores, a pose de macho dominante foi trocada pela de menino sapeca que sempre se machuca.
A estratégia deu certo e o cajueiro teve dó e deixou cair algumas frutas. As meninas também tiveram dó e cuidaram de mim. Enfim a derrota não foi total, não fosse por um formigueiro na raíz da planta. Quando eu catava mais algums frutas ele me deu uma rasteira e mais uma vez me espatifei, perdi todos os cajus e ganhei mais algumas gargalhadas femininas.
Passada a chuva e a seca ainda no auge, por que eu não subiria em um pé de caju? Quem em sã consiência não iria querer subir em um cajueiro caso o destino lhe permitisse encontrar um. Eu tive essa oportunidade, vi um pé de caju. Ou pelo menos avistaram um pra mim, já que sou meio cego. Com todo o machismo e músculos flácidos que Deus me deu, pendurei-me uma primeira vez no cajueiro. Mas ele não é fácil. Depois de nove meses gerando ou esperando uma chuva fecundadora a dita planta não permitiria qualquer um catar sua cria. Um cajueiro tem mecanismos de defesa. Ao me encangar no primeiro galho e me achar o Tarzan do sertão ela se desfez de mim em poucos intantes. A casca se desfez e afogou meus olhos de um pó wur objetiva cegar os inimigos.
Não me dei por vencido. Cheio de testosterona e pose de macho para as mulheres próximas, estufei o peito e puxei um galho da planta para baixo. Ela estava vencida. Eu era o macho dominante sobre todas as coisas. Engano meu, um cajueiro é um sobrevivente, enquanto tudo derrete em volta ele continua e ainda gera vida. Propositalmente a planta abandonou aquele pedaço de galho, o deixou se romper e eu me espatifei. Não há outra palavra. Espatifar é o verbo correto para o que ocorreu comigo naquela tarde. O tompo não fez um simples "poc". Foi mais que um "timbu", por isso eu me espatifei e o pé de caju riu de mim. Se não ele, pelo menos as meninas que estavam próximas caíram na gargalhada. Ferido e humilhado, fiquei no chão por alguns minutos sentindo todas as dores, a pose de macho dominante foi trocada pela de menino sapeca que sempre se machuca.
A estratégia deu certo e o cajueiro teve dó e deixou cair algumas frutas. As meninas também tiveram dó e cuidaram de mim. Enfim a derrota não foi total, não fosse por um formigueiro na raíz da planta. Quando eu catava mais algums frutas ele me deu uma rasteira e mais uma vez me espatifei, perdi todos os cajus e ganhei mais algumas gargalhadas femininas.