Texto de Lucas Nasser
Imagem de Victor Martins
No dicionário Aurélio, o significado da palavra chique é: “Elegante ao trajar, de bom gosto”. O que definitivamente não é o caso do Funk. Não pelo gosto, claro, cada um tem o seu, mas sim pelo perfil. Música criada nos subúrbios do Rio de Janeiro, ligada as favelas, massacrada pela mídia de gosto duvidoso.
Essa mesma música precisava de um toque de classe para entrar na vida dos jovens de classe média. Deram ao Funk o status de chique, criou-se o Funk Chique. O Funk da Rocinha, Borel, CDD, é o mesmo das boates e festas de Brasília, mas é claro, o Funk daqui é chique, ou você acha que as “cocotas” da classe média se misturariam com as “cachorras” da periferia, onde o Funk é um só.
Ainda bem que na última festa avisaram através de panfletagem que o Funk era chique. Imagine só, se chegássemos na festa e tivéssemos ao invés de Whysk com Red Bull, aquela bebida destilada russa que se toma com “suquinhos” de frutas em pó. Coisa de “ralé” né ? Era coisa de “ralé”, assim como o Funk começou nas periferias, o “suco gummy” também saiu da juventude de lá e se tornou modinha em Brasília.
Essa mesma música precisava de um toque de classe para entrar na vida dos jovens de classe média. Deram ao Funk o status de chique, criou-se o Funk Chique. O Funk da Rocinha, Borel, CDD, é o mesmo das boates e festas de Brasília, mas é claro, o Funk daqui é chique, ou você acha que as “cocotas” da classe média se misturariam com as “cachorras” da periferia, onde o Funk é um só.
Ainda bem que na última festa avisaram através de panfletagem que o Funk era chique. Imagine só, se chegássemos na festa e tivéssemos ao invés de Whysk com Red Bull, aquela bebida destilada russa que se toma com “suquinhos” de frutas em pó. Coisa de “ralé” né ? Era coisa de “ralé”, assim como o Funk começou nas periferias, o “suco gummy” também saiu da juventude de lá e se tornou modinha em Brasília.
Forró é música nordestina, vem do inglês “for all”, que significa para todos, mas quem te falou que o jovem de classe média quer se misturar com todos, ele quer o Funk (chique). O boy quer falar “já é”, “tô boladão”, “qualé”, curtir a Tati quebra barraco, mas garantir também o necessário Apartheid social, uma estranha relação em que as duas partes lucram. O jovem classe média, por estar tirando onda de “maloqueiro” pop, e o favelado, que por sua vez não quer nem saber e explora a idiotice da elite jovem como ninguém.
*O Pauta que pariu é um espaço aberto para comunicação. Os textos veículados aqui nem sempre exprimem a opinião do blog
2 comentários:
É... eu vi o aviso bem grande: FUNK CHIQUE, bem explicadinho para o povão não ousar aparecer.
O som de Tati Quebra-Barraco, para o deleite de jovens classe média... a apropriação da arte das camandas populares assim como a música negra [mas sem pretos], os forrós [sem nordestinos] e o samba [sem a comunidade].
Ainda dizem que a classe média joven brasiliense tem estilo?
Me poupem.
Vitão sabe cumé né meu cumpadi...
Tô ligado na fita que vc mandou...
Os préibóis e a ralé... Vivem em conflito né... Em vez de nóis fazÊ uma grande roda e todo mundo fortalecê as minoria.. e a galera do poder também...
Mas é foda...
A realidade não é bem assim... Tudo no mundo se agrega organiza e capitaliza..
O reggae foi assim...
O sertanejo foi assim...
O pé de serra é assim...
O funk também é assim...
Oh! Brasília... Cidade no mínimo complicada, onde os belos monumentos e fachadas dividem espaço com a fedida e imunda rodoviária...
Aqui não existe classe média...
Existe a classe rica, uma classe média que quer ser rica e uma classe pobre que não consegue ser rica...
Algo precisa ser feito... O que? Isso ainda não sei...
Mas vamo fortalecê!
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