quinta-feira, abril 06, 2006

Temporário para sempre

Texto e montagem de Victor Martins


A CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), furta do cidadão brasileiro, alíquota de 0,20% (lei 9.311/96 – art. 7º). Em todo extrato bancário existem débitos sobre o nome de CPMF, que apesar de ter “provisório” no nome, provavelmente será cobrado até o fim dos dias. Todo cidadão de baixa ou alta renda sofre essa cobrança.

Sinto-me lesado como cidadão brasileiro, não conheço um único hospital público que atenda de forma descente. A CPMF foi criada para destinar recursos a saúde, atualmente não é vinculada a nada. A rede hospitalar pública sobrevive por acaso, ou por teimosia, ou por algo inexplicável, da mesma forma como é possível passar um mês com salário mínimo. O “jeitinho brasileiro” ou é culpado pela falência do sistema de saúde, ou é responsável pela sobrevivência dos pacientes. Doente do mal que aflige o país, os hospitais “mantidos” pelo Estado são Babilônias, negligenciados, mostram a falta de vontade política e a cegueira do povo.
O descaso que o brasileiro sofre é antigo. O Brasil arrecada por volta de R$ 600 bilhões por ano, deste montante, somente R$ 6 bilhões são destinados a investimentos. As autoridades não têm competência para gastar esse dinheiro, prendem a verba que depois é convertida em superávit primário. A população não deve mais aceitar esse imposto, a população deve negar-se a pagar esse imposto “provisório” (desde 1996). Faça-se uso dos meios democráticos: judiciário, executivo, manifestações. Em quanto existirem disparates deste tipo no País – um imposto temporário para todo o sempre, criado sobre a desculpa de sanear a saúde só para engordar os cofres públicos – seremos um povo analfabeto, que morre de fome aos montes.

Um comentário:

Marjorie Chaves disse...

Impostinho provisório? Recursos pra saúde? Onde??????????

Toda movimentação em nossas contas rola um CPMFzinho... pra onde vai este dinherio?

A pergunta que não quer calar.

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