PLANO BRASIL: Botecos pela revolução social

Crônica e ilustração de Victor Martins

“Eu prometo criar botecos públicos!”, essa deveria ser a promessa principal de deputados esse ano. No país não há lazer, mas existem três coisas: Carnaval, futebol e boteco. Essas são as três paixões nacionais. Como carnaval só em fevereiro e futebol não tem todos os dias, deveria ser criada a Secretária de Assuntos Pífios de Boteco. Adequar algumas repartições públicas com mesas, freezer e um “buxudo” com um pano de prato no ombro, que de vez em quando grita: “Zé!!!! Torresmo na mesa cinco!!!”.

Ao invés do Pão e Circo que herdamos do Império Romano, Torresmo e Cerveja. O circo iria acontecer depois do terceiro ou quarto copo sem problemas. Nos locais de difícil acesso seria implantado o Bolsa Cachaça. Os Alcoólicos Anônimos não precisariam ser mais anônimos, poderiam beber até esquecer quem são.

No Brasil não existiriam mais mortos de fome, existiriam os mortos de bêbado. Mas quem é que não gosta de estar morto de bêbado? A nação que já nasceu cambaleante iria se tornar estável, caída no chão ou encostada em um poste. Todos conseguiríamos entender as besteiras que se diz dentro do Congresso Nacional. O passo seguinte depois da estabilidade, seria criar o Ministério da Corrupção e cobrar imposto de 3% por desvio de verba. O Brasil seria outro.